A pandemia causada pelo Sars-CoV-2 já infectou mais de 207 milhões de pessoas. Quanto ao número de óbitos, o vírus tirou 4,36 milhões de vidas em todo o mundo. Só no Brasil, foram mais de 20 milhões de casos e 560 mil mortes até o momento. Mas, segundo o jornal The Economist, esses números podem ser até 4 vezes maiores do que os divulgados oficialmente.
Um agravante da covid-19 é que muitas pessoas contaminadas permaneceram assintomáticas e não souberam que transmitiam o vírus. Por esse e por outros motivos, a vacinação contra a covid-19 é tão importante: ela protege especialmente pessoas mais suscetíveis contra os sintomas graves da doença e contra a necessidade de internação.
Panorama da vacinação contra a covid-19 no Brasil
O início da vacinação contra a covid-19 se deu de forma acelerada em alguns países. No Reino Unido, no Canadá, nos Estados Unidos e em Israel, por exemplo, começou ainda em dezembro de 2020.
Já no Brasil, a vacinação começou em 2021, em meados de janeiro, de maneira bastante lenta. Mesmo assim, trouxe muita esperança aos brasileiros, ao mesmo tempo que reacendeu alguns debates – principalmente acerca da importância da vacinação para o controle de doenças virais.
Dados do site Vacina Brasil mostram que, até agosto de 2021:
- 54,5% da população brasileira receberam a primeira dose da vacina contra a covid-19;
- e 23,6% dos brasileiros estão totalmente imunizados, ou seja, já receberam também a segunda dose.
Cerca de 4 milhões de brasileiros não compareceram para tomar a segunda dose da vacina contra a covid-19. Isso significa que 4 milhões de pessoas deixaram de completar o ciclo de imunização. Os dados foram reunidos pelo Ministério da Saúde com base em informações de estados, municípios e do Distrito Federal.
Temos então um cenário que, além desse alto número, abrange inúmeras notícias falsas e desinformação sobre a vacinação contra a covid-19. Assim, é preciso esclarecer algumas dúvidas para que a população tenha embasamento científico ao tomar suas decisões.
A vacinação contra a covid-19 é confiável?
Vamos começar com uma das principais desconfianças que surgiram a respeito da vacinação contra a covid-19. Algumas pessoas afirmam que não houve tempo suficiente para o desenvolvimento de vacinas seguras para a população.
Mas o imunologista Luiz Vicente Rizzo, do Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa Albert Einstein, desmente a ideia. Ele nos lembra, primeiramente, da urgência global de combater o vírus Sars-CoV-2. Além disso, menciona especialmente os impactos que a pandemia causou no sistema de saúde e na economia. Por isso, a conclusão das vacinas tornou-se uma prioridade coletiva de laboratórios e de organizações do mundo todo.
Outra questão importante é que as vacinas comuns levam mais tempo para serem aprovadas, e são dois os motivos:
- Por questões burocráticas das agências reguladoras.
- Pela demora em conseguir voluntários para cada estágio de aprovação exigido pela OMS.
No caso da pandemia de covid-19, pessoas do mundo inteiro se voluntariaram para colaborar com os avanços dos estudos. Por isso, foi possível a viabilização das vacinas em tempo recorde.
Por que tomar a segunda dose da vacina contra a covid-19?
Com exceção da fabricante Janssen, as demais recomendam que os pacientes tomem o reforço conforme o prazo previsto. Isso porque a eficácia do imunizante foi comprovada a partir de análises realizadas com as duas aplicações.
Pessoas que não completam o esquema vacinal ficam mais suscetíveis ao contágio do que aquelas que receberam duas doses. Assim, além de se exporem ao risco, ainda prejudicam o controle da circulação do vírus. E tem mais: a vacinação incompleta pode criar um ambiente propício para o surgimento de versões ainda mais resistentes do coronavírus.
Vejamos o estudo realizado pela Agência de Saúde Pública do Reino Unido, baseado em um maciço cruzamento de dados de lares britânicos. Segundo a pesquisa, as vacinas contra o coronavírus protegem não só o vacinado, mas também toda a família. Os poucos que se infectaram depois de vacinados reduziram pela metade a probabilidade de propagar a covid-19 em casa.
A investigação usou estatísticas de mais de 300 mil unidades familiares e quase 1,5 milhão de pessoas. Trata-se da maior demonstração de que a vacina é o melhor recurso contra a propagação da covid-19.
Perdi o prazo da segunda dose, e agora?
Mesmo que você tenha perdido o prazo, deve procurar o posto de saúde o mais rápido possível para garantir sua proteção. Quanto mais tempo demorar, mas você está dando brecha para a diminuição da eficácia da sua vacina.
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