No começo de 2021, a Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD) atualizou o resultado do Censo de Diabetes. O documento mostra que há 12.054.827 brasileiros diabéticos. Esse número coloca o país em 5o lugar no ranking mundial da doença – atrás apenas da China, da Índia, dos Estados Unidos e do Paquistão.
As estimativas para o futuro não são animadoras, uma vez que o número de pessoas com a doença vem crescendo exponencialmente. Isso se deve aos níveis de obesidade da população mundial, somados ao sedentarismo e ao consumo de alimentos industrializados.
Segundo a Federação Internacional de Diabetes (IDF), a estimativa é de que 700 milhões de pessoas ao redor do mundo tenham diabetes até 2045. Por isso, a doença virou caso de saúde pública.
Mas, afinal, o que é diabetes?
A diabetes é uma doença crônica ocasionada pela incapacidade do pâncreas de produzir insulina suficiente para metabolizar a glicose. Ou seja, de transformar a glicose em energia para o corpo. Essa incapacidade de produzir insulina e de usá-la de forma eficaz conduz a níveis elevados de glicose no sangue.
Tipos de diabetes
A diabetes tem duas variações principais:
- A diabetes tipo 1, que é muito mais comum em bebês, crianças e adolescentes.
- A diabetes tipo 2, que está relacionada à predisposição genética do paciente.
Diabetes tipo 1
A diabetes tipo 1 é uma doença autoimune. Logo, as células do pâncreas são destruídas pelo próprio organismo do paciente, tornando-o insulinodependente. Isso significa que será preciso tratar a doença por meio de injeções de insulina.
Esse tratamento tem o objetivo de suprir o corpo do paciente desse hormônio que deixou de ser produzido pelo pâncreas. A suspensão da medicação pode provocar a cetoacidose diabética, distúrbio metabólico que pode colocar a vida em risco.
Diabetes tipo 2
A diabetes tipo 2 apresenta mais chances de ser desenvolvida pelos pacientes que têm familiares com a doença. Além disso, hábitos alimentares não saudáveis, sedentarismo e sobrepeso também podem contribuir para o surgimento da doença.
Esse tipo de diabetes pode ser controlado apenas com medicamentos via oral. Há necessidade de aplicação injetável de insulina somente nos casos mais graves. Se não for controlada, aumentam as chances de coma hiperosmolar, uma complicação grave que também pode ser fatal.
Diabetes gestacional
Durante a gestação, algumas mulheres desenvolvem a diabetes gestacional, que pode ser transitória ou permanente. Em muitos casos, a doença é detectada no 3o trimestre de gravidez por meio do teste de sobrecarga de glicose. A gestante passa, então, a fazer um acompanhamento rigoroso para que a doença permaneça controlada e não afete o bebê.
Outros tipos de diabetes
Existem ainda outros tipos de diabetes bem mais raros, causados por:
- defeitos genéticos da função da célula beta (MODY 1, 2 e 3);
- defeitos genéticos na ação da insulina;
- doenças do pâncreas (pancreatite, tumores pancreáticos, hemocromatose);
- doenças endócrinas (Síndrome de Cushing, hipertireoidismo, acromegalia);
- uso de certos medicamentos.
Principais sintomas da diabetes
Muitas vezes, a diabetes é uma doença assintomática. Quando há sintomas, geralmente são os seguintes:
- Polidipsia (excesso de fome).
- Polifagia (excesso de sede).
- Poliúria (excesso de urina).
Esses sintomas são decorrentes do excesso de glicose, que o corpo não consegue absorver. Por isso, o organismo começa a sentir falta de energia, o que gera a fome. Já o rim tenta filtrar o excesso de açúcar no sangue, aumentando a sede e a necessidade de urinar.
Diabetes tem cura?
Uma vez desenvolvida a doença, ela não tem cura, por isso é considerada crônica. Contudo, é possível que o paciente tenha qualidade de vida se seguir todas as recomendações médicas à risca.
Além do medicamento via oral e da injeção de insulina, a doença pode ser controlada por meio de uma alimentação saudável. Uma das principais medidas, nesses casos, é a redução de alimentos ricos em carboidratos. A prática regular de exercícios físicos também ajuda a controlar os níveis glicêmicos no corpo.
Especialmente quando a doença afeta crianças e adolescentes, o acompanhamento psicológico pode fazer toda a diferença. Assim, o paciente entende sua condição e tem disciplina e ânimo para cuidar da saúde continuamente.
Quando não controlada, a diabetes pode trazer diversas complicações para a saúde, como:
- retinopatia;
- nefropatia;
- neuropatia;
- pé diabético;
- infarto do miocárdio;
- acidente vascular cerebral (AVC).
Por isso, reforçamos sempre aqui a importância de cuidar da saúde preventivamente. Isso inclui cumprir sua agenda de consultas médicas, garantindo que todos os exames periódicos estejam em dia. Para mais dicas e conteúdos como este, não deixe de acompanhar o nosso blog.